Dados
Mais de 400 bebês nasceram prematuros em Pelotas no ano passado
Dados da Secretaria da Saúde apontam que neste ano, até agora, foram mais de 300 nascimentos prematuros
Foto: Divulgação - DP - Números divulgados fazem um alerta para o Novembro Roxo, que busca marcar o mês internacional de sensibilização à prematuridade
Por Victoria Meggiato
Segundo dados do Estado, mais de 15 mil bebês nasceram prematuros em todo o Rio Grande do Sul no ano passado. Em Pelotas, os números da Secretaria da Saúde apontam que, no mesmo período, foram 3.411 nascidos vivos e, entre esses, 452 prematuros - considerando que o Município é referência para outras cidades da região. Neste ano, até agora, foram 2.838 nascidos vivos e 383 prematuros. Os números fazem um alerta para o Novembro Roxo, instituído em 2011, que busca marcar o mês internacional de sensibilização à prematuridade.
Os números do Município não preocupam tanto se comparados com os do Estado. A ginecologista, obstetra e professora do curso de Medicina na Universidade Católica de Pelotas (UCPel) Camilla Viegas, diz que se forem avaliados os nascimentos, a cada dez nascidos, um é prematuro, mas muitos são de outras cidades. "É uma taxa relativamente alta. Lembrar que a nossa cidade é referência para outros municípios. Então, dentro desses 452 nascidos prematuros que tivemos no ano passado, muitos bebês são provenientes de outros municípios e acaba aumentando a nossa taxa também".
São considerados prematuros bebês que nascem com menos de 37 semanas. Os dados do ano passado divulgados pelo Estado, mostram que o número de prematuros representa 12,86% dos 120.936 nascidos vivos. Em Pelotas, a porcentagem está na mesma média, esses bebês representam cerca de 13% dos nascimentos. Apesar de não ser um número tão alto, a médica faz um alerta. "Nos mostra que a gente precisa investir em saúde pública", explica. Além dos partos prematuros terem impacto negativo na vida da família, também afetam a população e o Sistema Único de Saúde (SUS). "Acaba tendo um custo maior também de internação hospitalar. Então, as taxas, os estudos servem pra isso, pra nos alertar onde é que a gente deve investir mais a nossa atenção", afirma.
Fatores de risco
O parto prematuro pode ocorrer por diversos fatores, como gravidez de risco e necessidade de interrupção da gestação antes do período indicado. Camilla destaca os principais motivos. "Seria a história de ter tido um parto prematuro prévio. [...] Gravidezes múltiplas, gemelaridade, pacientes que já fizeram alguma cirurgia de colo uterino, possuem o colo curto, também possuem o risco maior de parto prematuro, e extremos de idade, pacientes com mais de 35 anos ou menos de 18, a gente também teria um risco relativo maior", diz. Ela ainda ressalta sobre um conjunto de fatores associados que podem levar a um parto prematuro. "A gente sabe que os partos prematuros ocorrem muito em pacientes com condições socioeconômicas desfavoráveis, com deficiência nutricional, pacientes usuários de drogas, tabagistas".
Importância dos cuidados antes e durante uma gravidez
A prevenção de um parto prematuro começa antes da concepção. A mulher que deseja gestar deve ser orientada a fazer exames pré concepcionais. "Saber se está tudo bem com a saúde, se não tem diabetes, uma hipertensão não diagnosticada que possam levar a complicações obstétricas", relata a médica. Além disso, a educação sexual é muito importante para evitar gestações não planejadas. Camilla conta que esse tipo de gravidez também aumenta o risco de prematuridade. "Acaba que são gestações que não são tão levadas a sério algumas vezes, ou são pacientes muito novinhas, ou em pacientes com mais idade que não esperavam mais engravidar. Então, é a prevenção primária que entra como o maior pilar para a prevenção do parto prematuro".
Um bom pré-natal também é uma forma de prevenir a prematuridade, pois é nele que são detectadas as pacientes com maior risco de complicações, além de ser possível planejar o nascimento e os cuidados que o bebê poderá precisar no pós parto. "Vai ser no pré-natal que a gente vai poder prevenir, diagnosticar e tratar precocemente doenças, a fim de manter a saúde da mãe e do bebê, evitando intercorrências obstétricas. É essencial pra vida da gestante e daquele bebê ao longo da primeira infância", finaliza.
Referência em atendimento
Os dados, apesar de serem contabilizados em Pelotas, dizem respeito a toda a região. A diretora de Atenção Especializada e Hospitalar da Secretaria de Saúde Caroline Hoffmann esclarece que Pelotas é referência de atendimento neonatal para aproximadamente 16 municípios. Os hospitais referência são o Hospital Universitário São Francisco de Paula e o Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas.
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